O presente trabalho tem como objetivo principal a identificação e análise do potencial de flexibilidade cultural da Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. – Eletronorte, concessionária de serviços públicos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Para consecução desse objetivo, foi construída e validada, com base em modelo teórico proposto por Volberda (1998), uma escala destinada a medir o potencial de flexibilidade cultural de organizações. O marco conceitual do trabalho apresenta as diferentes perspectivas adotadas para análise de organizações, onde a flexibilidade é considerada uma das principais características necessárias à sobrevivência das organizações. Na seqüência, são discutidos os conceitos de cultura e cultura organizacional, sendo esta definida como a combinação entre a identidade da organização e os mecanismos desenvolvidos para manter ou mudar essa identidade. Tendo como pressuposto que a cultura organizacional é um dos fatores que influenciam a flexibilidade organizacional, propõe-se a medição das características culturais que indicam para uma cultura mais inovadora ou conservadora, a qual propiciaria, respectivamente, maior ou menor potencial de flexibilidade. O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário estruturado de 33 itens, com escala de concordância do tipo Likert de 10 pontos, além de campos qualitativo e para coleta de informações pessoais e funcionais dos respondentes. O questionário foi desenvolvido buscando representar as dimensões Formação de Identidade; Liderança; Regras não Escritas; e Orientação Externa, tendo sido submetido às validações de conteúdo e semântica. A coleta de dados foi realizada pela Intranet da Empresa, sendo alcançado o total de 483 questionários válidos. Os resultados da análise fatorial indicaram a validade da escala e a existência de quatro fatores, os quais foram denominados: Proatividade e Orientação Externa; Informalidade e Rituais; Missão, Valores e Normas; e Liderança. O maior potencial de flexibilidade cultural identificado foi para o fator Proatividade e Orientação Externa, seguido dos fatores Informalidade e Rituais e Liderança, em situação intermediária, sendo o fator Missão, Valores e Normas o que indicou menor potencial. Os resultados também demonstraram a existência de diferenças de percepção em função de variáveis funcionais e demográficas dos respondentes, bem como algumas dessas variáveis mostraram-se preditoras da percepção dos funcionários a respeito do potencial de flexibilidade cultural.
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